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quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O R U S


Para todos nós enólogos que elaboramos vinhos e espumantes, a opinião dos apreciadores sempre tem um valor especial porque fazemos nossos produtos para proporcionar momentos agradáveis a quem os bebe. Quando idealizamos nosso espumante Nature Rosé ORUS o fizemos buscando a qualidade superior conscientes do desafio que teríamos pela frente.
Lograr um espumante zero de açúcares com predominância de uvas tintas elaboradas em branco e rose, não é uma tarefa fácil. O ciclo de 24 meses, 12 maturando sobre as leveduras e 12 envelhecendo não foi definido imediatamente. Foi desenhado acompanhando a evolução mês a mês. Estávamos convencidos que havíamos conseguido um resultado excepcional.
Isso era um desejo escondido ou um fato real, comprovável?
A opinião registrada em dois respeitadíssimos blogs após uma degustação comparativa de 15 espumantes brasileiros de primeira qualidade parece não deixar dúvidas. Queremos compartir nosso orgulho com os amigos que acompanham este blog.

BLOG “Papo de vinho” de Beto Duarte

UMA HORA PRECIOSA COM ADOLFO LONA E O IMENSO ORUS

Para quem gosta de história e saber como as coisas se desenvolveram ficar frente a frente com ele é um privilégio.
Com apenas 1 dia inteiro na Serra Gaúcha, o encontro foi preciso.
Na Sexta falei com Lona rapidamente e no sábado ele gentilmente foi nos buscar (junto comigo Vanessa Sobral, Jeriel da Costa e Mariana Lobo).
A história de Adolfo Lona no Brasil começou na década de 70. Precisamente em 73.
Época em que a indústria vinícola brasileira deu um salto, impulsionada pelo interesse de multinacionais.
Nomes como Heublein, Seagran, Martini e Rossi, Cinzano, associada à Chandon, da França e Almadén dos Estados Unidos.
Contratados por eles, chegaram Phillipe Coulon, Dante Calatayud, Ernesto Cataluña e Adolfo Lona (contratado pela Martini).
O profissionalismo trouxe melhorias e técnicas que os descendentes de italianos (quase todos do Vêneto) jamais esqueceriam.
Adolfo contou que a Martini trouxe um técnico da Champagne, investiu em equipamentos e logo na chegada deparou com uvas colocadas em uma dorna cobertas por lona, que chegavam na vinícola em péssimo estado. Foi aí que implantaram as caixas pequenas de 18 quilos para a colheita.
Sobre as variedades, Lona contou que existiam duas Rieslings, uma falsa e outra verdadeira.
A produção por pé era imensa. Do tamanho das parreiras que cresciam sem nenhum controle. Produziam incríveis 15 quilos por pé.
Com o tempo a produção foi corrigida para 3 quilos por pé, chegaram equipamentos da França e o conhecimento de Lona se transformou em nomes como De Greville e Baron de Lantier.
Perguntei se de lá pra cá a evolução foi muito grande.
Lona disse que não. Que regredimos em muitos pontos, mas não quis entrar em detalhes.
Falou com tristeza sobre em uso de chips, mas não sei ao certo se estava se referindo ao Brasil.
Sobre a variedade ícone do Brasil, ele concorda. "A Merlot da vinhos fantásticos e a Cabernet Sauvignon não da certo na serra gaúcha, na Campanha sim."
Na vinícola, o pequeno espaço serve apenas para a produção de espumantes de método champenoise de alto nível. Os espumantes charmat, ele produz na Aurora.
Sentados na mesa de degustação da vinícola, nem ao lado dos espumantes que descansavam nos pupitres, provamos os espumantes.
São produzidas apenas 4 mil garrafas do Pas Dosé, 8 mil do Brut e apenas 608 do Orus, número que Lona não pretende aumentar.
"É um espumante para degustações, não é um produto de volume."
Os três espumantes são marcados pela elegância, pelo estilo francês e pelo toque de Lona.
Aqui só trabalham 4 pessoas.
As uvas são compradas de produtores escolhidos a dedo.
Saí de lá impressionado com o Orus.
O espumante é um corte de Chardonnay, Pinot Noir (em branco), Merlot (em rosé), Merlot (em branco).
A perlage é extremamente fina, a cor salmão é a imagem concreta da elegância do vinho.
No nariz as notas de brioche que são tão faladas na frança aparecem com elegância, pão tostado, frutas cítricas e mel.
Passou 12 meses em contato com as leveduras e mais doze descansando em garrafa.
Na boca a cremosidade é impecável.
Sutileza!
O equilíbrio perfeito, a acidez, o gosto marcante, o final longo e principalmente a elegância garantem a continuação de uma das melhores histórias da Serra Gaúcha.
O Orus custa 85 reais e infelizmente não tem distribuidor em São Paulo.

BLOG “Falando de vinhos” de João Felipe Clemente

PAINEL DE ESPUMANTES BRASILEIROS

Promovido pelos amigos Evandro e Francisco do blog “2 Panas” nas dependências da Vino & Sapore, um grupo de enoblogueiros e membros da imprensa especializada se encontraram para degustar ás cegas, literalmente porque não foi divulgada qualquer lista anteriormente, quinze espumantes nacionais. Como sempre, uma bela seleção de vinhos que vem comprovar, mais uma vez, que os espumantes brasileiros já são uma realidade e não mais promessa. Ano após ano, volume e qualidade demonstrando maior constância e comprovado pelo grande aumento de vendas e crescimento de Market share versus a concorrência importada.
Pessoalmente, saí desta degustação apaixonado (pausa musical, eheh!) por um espumante rosé, sim pasmem, de pequena produção e uma incrível delicadeza! Daqueles caldos que deveriam vir, como costumo definir, de fraque e cartola para a mesa. Uma surpreendente criação de alguém que tem história na vinicultura tupiniquim, o Sr. Adolfo Lona, é o OPUS Pas Dose Rosé! A cor já impressiona saindo fora daqueles tradicionais tons rosados e cereja, para algo mais sutil. Visualmente a perlage se mostra muito fina, abundante e consistente nos convidando a levar a taça á boca onde ele se mostra em todo o seu esplendor deixando-nos sentir estrelas no céu da boca. Elegante e fino, rico, equilibrado, complexo e sedutor, um rosé que conseguiu desbancar vinhos de maior renome e preço. Corte de Chardonnay, Pinot Noir, Merlot vinificado em branco e Merlot vinificado em rosé. Doze meses em contato com as leveduras e mais doze descansando em garrafa e somente 608 garrafas produzidas, ou seja, mais uma daquelas raridades para poucos e entusiastas amantes do doce néctar. O preço fica ao redor dos R$90,00 mas vai depender do Estado em que você compra! Eu vou querer, só preciso achar!!!!

2 comentários:

Beto Duarte disse...

Uma hora estar aqui no teu Blog, Lona!
Abraços
Beto Duarte

Adolfo Lona disse...

Caro Beto:
Os comentários feitos em seu blog sobre a visita e o Orus me deixaram muito orgulhoso e agradecido. A degustação comparativa com outros 15 espumantes, confirmando sua previsão, muito tranquilo em relação ao trabalho que desenvolvemos.
Obrigado e abraço
Adolfo