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quarta-feira, 16 de junho de 2010

CURSO DE VINHOS E ESPUMANTES (6)


REGIÃO DA METADE SUL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
SERRA DO SUDESTE
Pinheiro Machado
Esta região é relativamente nova, salvo o Município de Pinheiro Machado onde o cultivo de uva foi iniciado na década de setenta pela antiga Companhia Vinícola Riograndense, produtora na cidade de Caxias do Sul dos famosos e respeitados vinhos Granja União. O engenheiro Agrônomo Onofre Pimentel, um dos maiores entendidos de uva na época, escolheu Pinheiro Machado seguindo um estudo climatológico feito pela Emater. A vinícola plantou numa propriedade de aproximadamente 180 hectares, quarenta de uvas como Cabernet Sauvignon, Merlot, Malvasia e Riesling Itálico.
Com o encerramento das atividades da CVRG a propriedade passou uma época de abandono até ser comprada pela Vinícola Terrasul de Flores da Cunha que ampliou os vinhedos e pretendia iniciar um ciclo de desenvolvimento do Município que finalmente seria conhecido nacionalmente. Infelizmente o empreendimento não cresceu como projetado e hoje a propriedade se transformou em fornecedora de uvas da Salton de Bento Gonçalves. Este fim melancólico prejudicará o futuro da vitivinicultura de Pinheiro Machado.
Encruzilhada do Sul
Este município é um exemplo das novas áreas exploradas pelas vinícolas da Serra na busca de melhores condições para o plantio de uvas, em especial tintas.
Este município foi “descoberto” pelo agrônomo Idalencio Francisco Anghebem quando desempenhava as funções de responsável pela área vitícola da Chandon do Brasil de Garibaldi.
Escolheu uma área e iniciou o plantio de uvas para esta multinacional,destinadas a base espumante. Quando Anghebem se desligou da Chandon, adquiriu terras em Encruzilhada e plantou uvas com as quais elabora excelentes vinhos em sua vinicola no Vale dos Vinhedos com a ajuda de seu filho.
Outra vinícola da Serra que apostou suas fichas neste município foi a Lidio Carraro de Bento Gonçalves que na década de noventa iniciou o plantio de uvas tintas. Os resultados parecem ser promissores o que comprova a adequada decisão que tomaram os precursores como Pimentel e Anghebem.
Qual a melhor região?
É cedo para conclusões definitivas. O que parece estar provado é que as terras de Livramento devem ser escolhidas com cuidado devido a presença de solos excessivamente permeáveis pela presença de areia. O tempo e a qualidade dos vinhos produzidos nas diferentes áreas demonstrará o potencial de cada uma. Quem tiver a disciplina e disposição necessária para implantar vinhedos que sigam os critérios técnicos adequados para cada região, for honesto para manter esse critério ao longo dos anos independentemente do resultado comercial, e elaborar os vinhos com o mínimo de intervencionismo, sem chips, sem o uso de aditivos que “corrigem defeitos”, deixando a natureza se manifestar em cada vinho, além de ter um futuro brilhante, contribuirá para que a região também a tenha.
Esperemos que não prosperem exemplos como Almaden, Terrasul e Santa Colina, que pouco o nada fizeram pelas regiões pelas quais passaram.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

O generoso bag in box


Chega de rolhas, garrafas pela metade, vacuo-vin e a estressante preocupação com a conservação do vinho que se abre e não se consome totalmente. Os que já superaram a fase de “apreciadores esporádicos” quando regras e tabus apavoram, e estão na fase de consumidores que incorporam o vinho aos hábitos gastronômicos, e bebem pelo menos um copo diariamente durante as refeições, tem agora a disposição uma alternativa de embalagem generosa, que oferece praticidade, segurança e excelente relação custo-benefício: o bag in Box.
Apesar de ter surgido recentemente no mercado brasileiro de vinhos, a embalagem chamada bag-in-box foi criada há muitas décadas e em alguns países foi utilizada rapidamente e noutros, mais presos a preconceitos, foi considerada imprópria para o vinho. Na época a embalagem não era tão confiável por conta da torneira que pingava, não vedava, etc.
A embalagem moderna consiste, como mostra a figura, num saco feito com um filme plástico que pode ou não ser revestido por um filme metálico condicionado numa caixa de papelão que o protege e dá o acabamento com as informações do tipo de vinho, elaborador, região, safra, etc.
Os conteúdos mais utilizados são de 3 e 5 litros e a caixa tem uma torneira lateral que permite retirar o vinho conforme a necessidade.
A grande vantagem desta embalagem é que o vinho está disposto num saco plástico atóxico fechado a vácuo que encolhe quando se retira líquido pela torneira, impedindo o contato do ar com o produto e garantindo sua perfeita conservação até o consumo total. Outras vantagens acompanham o bag, como volume de quatro garrafas pelo preço de duas, eliminação da rolha, da garrafa, tamanho e formato adequado para ser guardado na geladeira ou em qualquer canto da casa.
Para quem consome diariamente de forma moderada, um bag de três litros atende perfeitamente a necessidade de aproximadamente três semanas, tempo sobradamente dentro dos prazos assegurados de 4 a 6 meses de perfeita conservação. A embalagem de cinco litros atende melhor a venda em copos em bares e restaurantes. A venda fracionada nestes estabelecimentos sempre enfrentou o dilema das sobras e conservação. Este é um dos motivos da rejeição ao sistema que oferece duas vantagens: atende às necessidades dos clientes e dá retorno financeiro ao estabelecimento. Alguns equipamentos com sistema de vácuo e gás inerte são tão caros que poucas vinícolas arriscam investir neles.
Vistas as bondades desta embalagem procure agora a marca de bag que atenda sua expectativa em vinhos brancos e tintos, lembrando que a compra de vinho, como já foi dito nesta coluna repetidamente, é um ato de risco. O mais lógico seria começar pela marca da vinícola da sua confiança. Se a qualidade do vinho desta marca é aquém do esperado, sinal que a vinícola usa o bag para descarregar as sobras e não merece sua confiança. Com certeza achará vinhos tintos e brancos varietais de boa qualidade, excelentes para bebê-los moderada e lentamente, sem estresse, usufruindo os já comprovados benefícios que ele traz à saúde do corpo e da alma.
Os encontros familiares de fim de semana quando pais, irmãos, genros, noras e netinhos compartem o tradicional e barulhento churrasco, ficarão ainda mais descontraídos com a “caixinha” de vinho na mesa, de torneira aberta aos sedentos de vinhos simples e honestos.
E como fica o ritual da retirada da rolha, arejamento, garrafa na mesa e harmonização perfeita? Reserve-lo para momentos especiais, mais formais, quando haja necessidade de dar ao vinho o tratamento adequado à ocasião. Saiba diferenciar o ato de beber o vinho honesto de todos os dias, ao de degustar a garrafa escolhida cuidadosamente para uma harmonização especial.