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segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Mendoza - parte 1


Na madrugada do dia 20 de dezembro, exatamente às 03hs da manhã, iniciamos a tão planejada viagem rumo a Mendoza (a terra prometida!). O grupo formado por 12 pessoas, oito adultos e quatro crianças, partiu em três carros sob uma chuva pouco intensa mais não por isso menos perigosa. A prudência recomenda que carros carregados de pessoas e malas (quantas malas!) nestas condições, devem viajar a velocidade menor, com toda atenção.
Os três motoristas combinamos que nada nos deteria até a fronteira, distante algo mais de 600 km, salvo algum imprevisto como crianças com vontade de fazer xixi, vomitar, etc. A senha era, quem quer parar faz sinal com a luz ou passa na frente e acende a sinaleira.
Lajeado (2) é uma pequena cidade distante algo mais de 50 km de Garibaldi na qual chegamos rapidamente. Seguimos para Venancio Aires e Santa Maria (3) onde nos atrapalhamos um pouco para achar a saída para Rosario (4). A sinalização está péssima e por ser noite ainda a visibilidade era ruim.
As estradas são relativamente boas, inferiores ao valor dos pedágios de R$ 6,00 (3 no total).
Em Rosário do Sul nossa primeira parada “técnica” para atender as necessidades básicas de algumas crianças e adultos e esticar as pernas. Demorou pouco e seguimos para a fronteira, cidade de Uruguaiana (5) onde chegamos ao redor das 10:30 hs. Já tínhamos percorrido 630 km da primeira “perna” da viagem que seria até a cidade de Santa Fé, aproximadamente a 1.100 km da origem onde pernoitaríamos.
Os governos do Brasil e Argentina decidiram, seguindo o espírito de irmandade que sugere o Mercosul, unir as aduanas que na teoria daria maior agilidade aos trâmites burrocráticos de entrada e saída. Numa ponta do prédio fizemos nossa saída rapidamente e nos dirigimos satisfeitos á outra ponta onde nos aguardava a aduana argentina. Um país tem de ser muito valente para agüentar uma sucessão de presidentes da qualidade de Menem, De la Rua, Duhalde, Kitschner pai e agora sua sucessora e esposa, a brilhante Cristina. E agüentou...mais não sem seqüelas. O gendarme que nos atendeu lutava bravamente para registrar nossos nomes num computador da época do Lotus 123, lento e cansado. Demoramos quase 45 minutos ao final dos quais saímos para tomar o café (tardio) da manhã e abastecer nossos carros, sedentos da anunciada gasolina argentina barata e potente. Primeira surpresa: só tinham gasolina superxxxxx que custa 4,75 pesos ou algo em torno de R$ 2,00, barata ainda mais não tanto como nos informaram alguns parentes. A alta octanagem (quase 97) provocou alguns distúrbios de ignição em meu experiente e maduro Omega 2000. Falta de costume, talvez.
Tinham nos alertado que a estrada que une Uruguaiana com a província de Santa Fé até a cidade homônima, logo após a província de Entre Rios, se caracterizava pela presença indesejável da policia caminheira que tinha por hábito multar sob qualquer motivo, existente ou não, em especial se o carro é brasileiro. Como éramos 3 ficamos apreensivos em levar uma trinca de uma vez só. Contrariamente a isso encontramos estradas boas, bem conservadas e sinalizadas, retas (como a grande maioria) , sem pedágios e sem policia. Chegamos à bela cidade de Santa Fé (6) antes das 16:00 hs logo após cruzar o túnel sub-fluvial que passa por baixo do lindo Rio Paraná. Tínhamos completado 1.080 km, distancia perfeita para encerrar a primeira etapa de nossa viagem. O túnel une as cidades de Paraná, capital da província de Entre Rios, com a cidade de Santa Fé, capital da provincia com o mesmo nome.
Santa Fé é uma cidade muito bonita, relativamente pequena, cheia de universidades e por isso com uma grande proporção de jovens em sua população. Quem a visita deve prestar atenção no produto que a caracteriza que é o alfajor com doce de leite. São deliciosos e únicos, em especial da marca Merengo. Compramos grande quantidade porque é difícil achar-los em outras capitais, inclusive em Buenos Aires.
Ficamos hospedados no hotel Castelar (WWW.castelarsantafe.com.ar) no centro, situado na esquina das ruas 25 de Mayo e Falucho, ao lado do calçadão onde se encontram os bares e lojas mais importantes.
E um hotel confortável, relativamente econômico onde pagamos $ 330,00 por cada habitação com cama de casal e uma cama extra. Como a relação real / peso é de 2,10 o preço em reais foi de algo menos de R$ 160,00 com café da manhã o que é ótimo para os padrões brasileiros. Tem um excelente restaurante, garagem e até uma pequena piscina. Ficamos dois dias em Santa Fé para recuperar forças, beber alguns malbec nacionais respeitáveis e comer o esperado bife de chorizo de 400 gramas.
Na chegada passeamos no calçadão e o calor e a desidratação da viagem nos “obrigou” a baixar algumas Quilmes no bar do calçadão ao lado do hotel, que ninguém é de ferro.
No jantar saboreamos duas garrafas de Norton, Malbec varietal 2009, pelo qual pagamos a bagatela de R$ 20,00 cada um. Esta marca é minha preferida na Argentina quando não quero errar. São vinhos com excelente preço / qualidade, confiáveis. Voltaremos a falar da Norton mais adiante.

2 comentários:

Caren Belló Muraro disse...

Adorei a maneira de relatar a viagem! Aguardo por mais...
Abraços

Silvia Mascella Rosa disse...

Adolfo, saber fazer vinhos, és casado com uma Silvia e ainda escreves bem assim. Que coisa?
Só posso dizer que caíste do lado de lá da fronteira e por felicidade nossa foste resgatado!
Cadê o restante do texto?
Grande abraço,