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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

A dificil escolha


A vida do simples mortal no momento da decisão na compra de vinhos não é nada fácil. Muito pior se a procura for pelo vinho honesto do dia a dia, adquirido geralmente no supermercado onde a oferta é muito variada.
Comprar com que critério? Pelo preço, a cor da garrafa, a origem, o tipo, a variedade, a safra, o posicionamento na prateleira, porque é a “promoção da semana” ou porque o atendente recomendou?
Nas prateleiras quilométricas das lojas a variedade é tão grande e o posicionamento tão confuso, que identificar os vinhos exige a ajuda de um GPS.
Cansei de ver pessoas paradas na frente delas, algumas, com expressões de medo ante o risco iminente de fazer uma besteira e outras, a grande maioria, com expressão de quem olha, mas não vê.
Salvo raras exceções, os setores de vinhos nas lojas de supermercados são um amontoado de garrafas colocadas arbitrariamente que as vezes não respeitam nem a cor. Muito menos origem e variedade. Desista de querer orientar-se rapidamente nos corredores de vinhos. Se for comprar vinhos vai com tempo suficiente para procurar calmamente.
Mas, como fazer para diminuir o risco da compra?
Primeiro entenda que comprar vinhos é um ato de risco, maior ou menor em função de seu conhecimento sobre o vinho escolhido. Ou seja, tome cuidado com o número de garrafas adquiridas se ele for um “ilustre desconhecido” porque a vítima pode ser você.
Como conhecer vinhos para errar menos? Uma única reposta: sendo curioso. Este é o segredo, não há outra formula mágica.
Compre UMA GARRAFA de cada vinho que lhe chame a atenção por alguma razão determinada e prove. Se gostar, guarde a marca e o tipo na memória, se não gostar guarde no lixo. O patrimônio de conhecimentos vínicos (bela frase!) será formado pelos vinhos que você provou, bons e ruins, uns para beber, outros para recomendar a seus desafetos.
Provar aleatoriamente? Por uma questão de ordem não, melhor seguir um roteiro simples seguido com certa disciplina. Um exemplo poderia ser iniciar provando tintos, brasileiros, gaúchos, Merlot, de safras recentes com preço situado entre R$ 15,00 e R$ 30,00.
Porque iniciar assim? Porque se você quer ser reconhecido como um individuo que “conhece algo de vinhos” tem a obrigação de conhecer os vinhos de sua terra, de seu país e dentro deles os feitos com a variedade Merlot, considerada “emblemática” como a Tannat é para Uruguai e a Malbec é para Argentina. A faixa de preços foi uma sugestão para pessoas “normais”. Se você puder ou quiser pode levantar a mira.
O roteiro deveria continuar com tintos de outras variedades, brancos e espumantes, depois para os vinhos do continente e posteriormente pelos vinhos de outros continentes.
Quando acaba esta tarefa de garimpeiro vínico? Nunca e esse é o grande e prazeroso desafio que os vinhos e espumantes oferecem como nenhuma outra bebida o faz.
Você vai, quase sem perceber, educando o paladar aos sabores próprios de cada vinho e fazendo suas escolhas, agora mais objetivas. Procurar vinhos num supermercado deixará de ser uma tarefa estafante e passara a ser uma parte da aula, que será completada com leitura sobre o tema, visitas a cantinas, etc.
Não esqueça que a parte principal deste constante aprendizado é provar, com a família ou com amigos, com curiosidade, querendo conhecer.

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