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domingo, 6 de setembro de 2015

Raiva e frustração





A decisão, como habitualmente unilateral e prepotente, de aumentar o imposto sobre produtos industrializados (IPI) dos valores fixos pagos até hoje para ad valorem de 20% do preço com ICM, é dessas atitudes estúpidas que demostram mais uma vez que quem nos elegemos para administrar nosso pais, está se lixando para nós.

Este sócio indesejável que é uma família de pai e filhotes (governos federal, estadual e municipal) , já levava quase 55% do valor da venda e agora, sem prévio aviso, passara a levar mais de 65%.

Este sócio compulsório (não conseguimos nos livrar dele!) que cobra sua parte antecipadamente, gasta demais com suas festas, amantes, concubinas, carrões, bebidas e comilanças não consegue equilibrar suas contas e decide aumentar sua participação, seu saque.

O sentimento de raiva e frustração é grande, machuca, deixa o corpo dolorido, tira o sono.

Porque provavelmente nada poderá ser feito para evitar este desastre.

Porque será uma pá de cal para o setor vitivinícola brasileiro que é composto por mais de quinze mil famílias que produzem uvas e por algumas centenas de pequenas vinícolas. Juntos representam o patrimônio cultural de muitas cidades do Rio Grande do Sul.

Sobreviver produzindo vinhos e espumantes está ficando cada dia mais difícil por numerosas razões.
O mercado é disputadíssimo, o custo Brasil é quase insuportável, o valor dos fretes aumenta acima da inflação, a burocracia paralisa, os bancos emprestam para quem não precisa, a sistemática do pagamento de impostos é indecente, o valor deles vergonhoso.

O que parecia ruim, agora com certeza vai ficar pior.

E sabe o que também é frustrante?

Não ouvir nenhuma voz, fora dos “queixosos de sempre”, se levantando, se revelando, denunciando, conclamando à união, ao protesto. Não ouso nenhum prefeito de cidades vitivinícolas como Bento Gonçalves, Farroupilha, Caxias, Garibaldi propondo reações a este absurdo.

Acho que algumas centenas de produtores de uva e de vinho acampados na frente do Palácio de Governo em Brasília chamariam a atenção da mídia e consequentemente das cabeças iluminadas que decidem nosso futuro.

Cadê os Sindicatos Rurais, a Uvibra, a Agavi, o Sindivinho, o Ibravin?

Quando a polêmica originada pela criação do Selo Fiscal chegou à mídia, estes senhores acusaram, defenderam com unhas e dentes esta aberração que não serviu para nada.

O principal argumento de defesa do Selo Fiscal era o combate ao contrabando, ao descaminho. A interrupção da obrigatoriedade do uso agora é porque acabou o contrabando ou porque ficou comprovada sua ineficácia?

Espero que estas entidades comandadas novamente desde os bastidores por aqueles líderes que lideram em causa própria, estejam fazendo alguma coisa para impedir este novo aumento de impostos.

Espero também que não façam, num surto de extrema idiotice, a tentativa de onerar os importados.

Caso contrário será salutar que desapareçam de ser possível levando o Governo junto.





2 comentários:

Anônimo disse...

Realmente está cada dia mais difícil viver nesse país e, o pior, quase impossível de comprar vinhos bons para beber e esquecer dos impostos. Parabéns pela iniciativa do Blog e seja bem vindo ao mundo do vinho sem frescura, bandeira que defendo há anos. Quando puder, visite o meu site, será um prazer: www.vinhozinho.com.br - Mais Vinho, Menos Frescura.

Abraço e saúde!

Adolfo Lona disse...

Obrigado pela mensagem