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sábado, 8 de dezembro de 2012

Pronto...falei


Não sei por que há um policiamento forte para cima de nós enólogos em relação ao que bebemos.

Certa vez no bar do aeroporto de Congonhas num fim de tarde quente e abafado, após longas horas de reuniões inúteis na Bacardi, decidi beber um chope bem gelado, daqueles que em determinados momentos dá água na boca.

Estava me deliciando quando vejo meu saudoso e querido amigo Bira Valdez, jornalista e radialista excepcional, diretor da Band em Porto Alegre que me cumprimenta de longe, sorrindo. Como é natural peguei meu chope e fui sentar-me a mesa do Bira para conversar enquanto aguardávamos a partido de nosso voo.

No dia seguinte, meu amigo Bira em seu programa matinal da rádio, tirou um sarro de mim com seu companheiro e amigo Affonso Ritter: “Como é possível ver um enólogo que sempre defende a causa do vinho, bebendo cerveja”.

Lógico que foi uma grande brincadeira mas esta situação foi um exemplo de como alguns enófilos não entendem que os enólogos possam apreciar outra bebida fora das derivadas da uva.

Não sou um bebedor de cerveja mas confesso sem o menor pudor, que em determinadas ocasiões o corpo pede cerveja. Um chope então, com moderada quantidade de gás e bem fresco, é delicioso.

Bebo com muita frequência, porque gosto e porque faz parte da minha atividade, espumantes em especial secos ou nature. O rosé é meu preferido pela sua versatilidade.

Bebo com menos frequência vinhos tintos e brancos quase na mesma proporção e bebo, esporadicamente um chope ou cerveja.

Destilados, quase nunca, salvo uma caipirinha na época de praia que ninguém é de ferro.

Se alguma vez você for testemunha do momento que um inocente enólogo estiver bebendo um chope ou uma cerveja, seja compreensível, não condene, pense que ele também é um ser humano, um filho de Deus, não é uma ovelha descarrilhada, é uma ovelha com sede.

3 comentários:

Jose Renato Vidal disse...

Lona,

isso é uma bobagem, mande esse cara para aquele lugar, onde os idiotas adoram estar.

Há 2 anos atrás, ainda trabalhando com nosso querido Don Fasano, recebi a visita de um enólogo chileno, de uma vinícola que nós representávamos com exclusividade.

Pois bem, o chileno gente finíssima, jovem, mais ou menos 40 anos, chegou em São Paulo em dezembro, 35 graus na sombra.

Almoçamos no Rodeio, onde a carta estava repleta de seus vinhos.

Antes porém, pedi para servir uma caipiríssima, de BACARDI claro, o qual o cara adorou e repetiu.

Pois bem, visitamos vários clientes naquela tarde, e a noite, iríamos jantar com Don Fabrizio, no FASANO, logicamente degustando alguns de seus vinhos.

No final da tarde, horário de verão, sol escaldante, o chileno me faz um pedido no mínimo, diferente.

- Renato, agora que acabamos o expediente, gostaria muito de "beber una cerveza".

Fiquei muito feliz, pois ele me disse que era para "limpar" todos os canais, para mais a noite, completarmos o trabalho.

Resultado: Tomamos muitas, e chegamos no FASANO já com ares alegres, que depois, foi completado com muito vinho.

Porisso que digo, LA VITA É BELLA, beba o que quiser e coma o que quiser.

Araços.

Adolfo Lona disse...

Meu caro Renato: Tens toda a razão a vida além de bela é curta por isso não tem de dar bola aos fiscais do alheio. Na próxima visita a SP te telefono para que possamos nos encontrar e lembrar das velhas e divertidas épocas passadas. Grande abraço

Ignacio Carrau disse...



Caro Lona, muito oportuno éste comentário sobre como devemos respeitar a todas as pessoas quando decidem beber o que sentem vontade a qualquer momento .
Sempre lembro do meu pai, don Juan Carrau Pujol, um emprendedor único como não conheço outro .
Ele foi quem fez o Chateau Lacave, uma obra espetacular que iniciou em 1968, ele lançou os vinhos Chateau Lacave e o Velho Museu em 1971, ele foi talvez o primeiro a fazer vinhos finos no Brasil remunerando melhor aos produtores pelas uvas finas, as quais eles vendiam misturadas com as comuns e ao mesmo preço delas .
Mas nesses días de calor escaldante ele adorava beber um choppe bem gelado com um colarinho médio digamos assim .
Outra coisa que ele gostava muito e determinadas ocasiões era beber um Campari cortado com água Tónica . E com ele ainda jovem eu aprendí também a gostar de outras bebidas além dos vinhos que era o que a gente bebía SEMPRE .
Grande abraço,

Ignacio Carrau