Preparar uma recepção a amigos, parentes, conhecidos é sempre um desafio em especial quando a decisão é quanto, quando e que bebidas servir.
Se conseguirmos ter as idéias claras sobre o tipo de público, de comida e do propósito do encontro, a decisão poderá ser tomada com mais segurança e tranqüilidade.
Vamos a alguns exemplos extremos:
Vizinho ou parente chato do qual queremos nos livrar:
Recepção: Logo na chegada ofereça um gelado e convidativo copo (grande de ser possível) de caipirinha. Esta bebida tem algumas virtudes que são incomparáveis: limão, açúcar e álcool em abundância que funcionam como rápido anestésico sensorial.
Vinhos: Como o sujeito está anestesiado aproveite para livrar-se daquela vinho de garrafão que ganhou no fim do ano e/ou do mais velho que tiver na adega, sem problema se já está acetificado, ele não conseguirá diferenciar água de óleo diesel.
Gran finale: Se ao fim do encontro ele se mexer, toque um generoso copo de licor, dozinho, com gosto de chocolate, com 40% de álcool. É infalível.
Ao dia seguinte este senhor terá a impressão que foi atropelado por uma jamanta carregada com rolos de aço inoxidável. Dificilmente voltará tão cedo.
Se este critério for utilizado para recepcionar amigos de verdade, é muito provável que você seja excluído das suas agendas por tentativa de assassinato.
Amigos ou parentes aos quais queremos surpreender:
Recepção: Nada mais agradável, apropriado e elegante que uma refrescante taça de espumante brut, branco ou rose elaborado pelo método charmat, jovem e fácil de beber.
O espumante tem a função de “nivelar o espírito dos convidados”. Todos vão ficar alegres, e descontraídos. Os que chegaram estressados ou nervosos após um dia difícil, trânsito caótico, problemas de toda ordem, vão mudar o semblante e o sorriso será mais fácil.
Vinhos: Primeira regra, não exagere. Nada de oferecer dois brancos, três tintos e dois roses. Escolha um vinho branco tipo Chardonnay nacional ou Sauvignon Blanc chileno, frutado, ligeiro, agradável, para iniciar ou atender aqueles que os preferem aos tintos. Mantenha-los em baldes para conservar a boa temperatura. Poderá haver um espumante também? Porque não? Neste caso para acompanhar a refeição poderá ser servido um Brut ou Nature mais maduro e complexo elaborado pelo método tradicional.
O tinto é recomendável que seja do tipo que agrada a maioria, jovem ou medianamente maduro servido ligeiramente esfriado. Recomendo um honesto Merlot brasileiro, um Malbec argentino ou um Carmenere chileno de safras situadas entre 2008 e 2010.
Encerramento: Ao final, nada de licores ou destilados que queimam as papilas até aí bem conservadas. Encerre a noite com um Late Harvest ou um espumante Demi-sec ou Moscatel espumante.
Com esta seqüência de bebidas moderadamente alcoólicas e servidas com critério, com certeza todos lembrarão do encontro com nostalgia. O risco? Que queiram mais...
Estou iniciando o blog "VINHO SEM FRESCURAS" justamente porque estou cansado de tanta frescura quando o tema é vinho. Pretendo abordar todos os assuntos relacionados a esta bebida tão natural da forma mas simples possível. Participe enviando noticias, comentários, críticas ou elogios sobre vinhos, espumantes nacionais ou estrangeiros e até, se quiser, sobre algúm de meus espumantes ou vinho que elaboro na pequena e simpática cidade de Garibaldi no interior de Rio Grande do Sul.
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