Estou iniciando o blog "VINHO SEM FRESCURAS" justamente porque estou cansado de tanta frescura quando o tema é vinho. Pretendo abordar todos os assuntos relacionados a esta bebida tão natural da forma mas simples possível. Participe enviando noticias, comentários, críticas ou elogios sobre vinhos, espumantes nacionais ou estrangeiros e até, se quiser, sobre algúm de meus espumantes ou vinho que elaboro na pequena e simpática cidade de Garibaldi no interior de Rio Grande do Sul.
domingo, 28 de fevereiro de 2016
Minha opinião: Chardonnay Aurora Pinto Bandeira
Bela cor ouro, brilhante, aromas intensos, frescos, agradáveis, gosto marcante e longo.
Excelente vinho da Aurora produzido em Pinto Bandeira onde a vinícola tem vinhedos em espaldeira de uvas finas para espumantes.
Vou fazer uma observação destacando que é nada mais do que a minha opinião da qual podem ou não concordar. É somente isso, uma opinião pessoal sem pretensões de julgamento.
Acho que a presença algo excessiva do carvalho “afoga” e impede que a generosa uva Chardonnay expresse sua nobreza, elegância e pureza. Os gostos de madeira e tostado, para mim, são um pouco invasivos.
Eu, encurtava um pouco o tempo de permanência deste vinho nas barricas de carvalho.
A decisão do tempo de permanência do vinho em carvalho é exclusivamente do técnico que o elabora, e obedece ao conceito que ele tem do estilo que quer imprimir a seu vinho. Por isso respeito.
A Cooperativa Aurora de Bento Gonçalves demonstra com este vinho, o grau de excelência que atingiu sua equipe técnica.
Tenho muito orgulho de compartir momentos e ansiedades com eles, devido a que juntos elaboramos os espumantes Adolfo Lona feitos pelo método charmat.
Conheço e sou testemunha da dedicação e seriedade do trabalho que todos os enólogos, os mais experientes e os mais novos, dedicam aos produtos que elaboram.
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5 comentários:
Prezado Lona,
É sempre bom ler seus artigos aqui publicados, particularmente acho este vinho bastante interessante e me alegrou vê-lo aqui comentado.
No entanto, tenho lido em alguns fóruns, sobre questões relativas ao vinho Brasileiro.
Andam comentando que a enologia Brasileira caminha de mãos dadas com a Argentina e a Americana, onde dentro das viniculas o vinho e tratado como um composto químico: Explico.
Existe uma "receita" onde se colocam alguns compostos químicos que ajudam ou escondem os defeitos do vinho, tornado-os mais palatáveis, ou simplesmente cria-se uma formula como a "coca-cola" para um vinho de sucesso. Falo isso pq recentemente bebi o Aurora cabernet sauvignon Reserva, que diga-se de passagem é um belo vinho mas que entanto me despertou essa curiosidade sobre sua elaboração. Esse vinho me lembrou muito no estilo, alguns vinhos chilenos e argentinos, como se fossem produzidos no mesmo local! Minha pergunta é: como isso é possível? Estamos realmente caminhado para uma padronização universal do vinho? onde se esquece a região, clima e matéria prima e começa a se fabricar o picolé da Kibom?
Confesso que fiquei bastante desapontado com o Cabernet da Aurora, não pelo fato de não ser bom, mas pelo fato de ser parecido com tantos outros vinho no mercado.
Um grande abraço.
Meu caro EnoPobre,
É verdade que a forte concorrência que existe nos mercados de vinhos no mundo, onde não sempre predomina o conhecimento por parte dos consumidores, provocou uma padronização em especial nos vinhos de "batalha" ou seja aqueles que procuram volume a bom preço.
Eu acho que há um excesso de intervencionismo onde predomina o uso de alguns insumos que amaciam e aromatizam os vinhos. Esses insumos procuram obter efeitos que o tempo proporciona. O uso de algumas tenologias como ôsmoses inversa para concentrar e aumentar o grau alcoólico, micro-oxigenação para amaciar os vinhos e lascas de carvalho para dar o efeito das barricas. Tudo isto tem um objetivo, encurtar tempos e criar o que eu chamo de vinhos biônicos. Lamentavelmente ficam muito iguais e sem graça. Eu sempre digo que a compra de vinhos é uma ato de risco. Tanto se acerta como se erra. Quem quiser beber bem tem de garimpar, errar, acertar, ir selecionando e criando seu próprio ranking de produtos confiáveis. Grande abraço e boa sorte.
Compartilho da sua opinião quanto à presença excessiva de carvalho nos vinhos, situação que é ainda mais grave em brancos (desvirtua mais as características da uva que no caso dos tintos).
Mesmo assim, a busca continua por vinhos com passagem por carvalho que equilibrem bem a madeira com os demais aspectos gustativos. Pena que assim a tendência é sempre ir atrás dos que possuem preço mais elevado, pelo menos para nós brasileiros....
Caro Edward, o carvalho como forma de um conjunto de aromas complexos é próprio de vinhos maturados por longos períodos em barricas de carvalho (a minha preferencia é pelas francesas) e posteriormente envelhecidos na garrafa. Isto exige vinhos com estrutura, investimentos caros e especialmente paciência, porque nada é feito em menos de quatro ou cinco anos. Por isso estes vinhos especiais serem mais caros. É o mercado. Abraço
O Pinot Noir da Aurora, que me surprendeu pelo bom custo beneficio, também é de Pinto Bandeira?
Abs
Paulo
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