Estou iniciando o blog "VINHO SEM FRESCURAS" justamente porque estou cansado de tanta frescura quando o tema é vinho. Pretendo abordar todos os assuntos relacionados a esta bebida tão natural da forma mas simples possível. Participe enviando noticias, comentários, críticas ou elogios sobre vinhos, espumantes nacionais ou estrangeiros e até, se quiser, sobre algúm de meus espumantes ou vinho que elaboro na pequena e simpática cidade de Garibaldi no interior de Rio Grande do Sul.
sexta-feira, 5 de julho de 2013
Qual o milagre?
Redes de supermercados de Porto Alegre apresentaram hoje suas ofertas de vinhos para alegrar o fim de semana dos apreciadores.
Com esses preços é para alegrar mesmo!!!
Algumas ofertas chamam a atenção porque constituem verdadeiros milagres da matemática.
Dou alguns exemplos:
Vinho argentino Santa Ana embalagem de 1 litro: R$ 8,90
Vinho argentino Rio Seco embalagem de 0,75 l: R$ 8,90
Vinho chileno Panul RESERVA: R$ 14,90
Vinho uruguaio Los Teros: R$ 9,90
Não questiono a qualidade porque se estes vinhos vendem, estão nas prateleiras, é porque alguém gosta e se gostam, é bom.
Questiono qual é o milagre que permite que:
- Governos levem o que é deles através do Imposto de Importação, ICM (devidamente acrescido com a ST), IPI, PIS, Finsocial, Cofins, Imposto de Renda e outros que não lembro ou não sei pronunciar.
- Supermercado tenha lucro pagando o produto, o frete, os impostos e os custos indiretos.
- Produtor na Argentina, Chile ou Uruguai ganhe alguma coisa após o pagamento da caixa de papelão, da rótulo, da cápsula e da garrafa.
Desculpa, ia me esquecendo, também pagar a uva e os custos para elaborar o vinho inclusive amortização do capital invertido.
Todos os produtores brasileiros de uva, vinhos e espumantes temos de lotar ônibus para ir a estes países aprender como se produz barato. Não vamos pensando em qualidade porque a viagem será em vão. Só na forma de ganhar produzindo a qualquer custo.
Está aí uma sugestão de ação para o Ibravin. Pagar ônibus, hotéis e gastos com traslados e refeições.
Não será uma viagem de avião com todas as mordomias como na Copa das Confederações más valerá a pena enfrentar um confortável carro-leito por esta causa.
Talvez seja esta a única maneira de evitar que mais cantinas gaúchas fechem suas portas.
Talvez seja esta a única maneira de salvar as pequenas cantinas familiares, artesanais.
Talvez seja esta a única maneira de preservar este magnífico patrimônio cultural que é a vitivinicultura brasileira.
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2 comentários:
Prezado Adolfo. Você acha o que desses fatos? Dumping? Economia de escala?
Meu caro Fernando: Não sei e por isso meu questionamento. Economia de escala não é porque muitas marcas são produzidas e engarrafadas em cantinas pouco conhecidas. Acho que é vinho feito com uvas de altíssima produtividade (Criolla, Pais) e vinhos que sofreram ajustes na graduação alcoólica para o mínimo razoável e corte com vinhos brancos para baixar custos. Abraço
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