Estou iniciando o blog "VINHO SEM FRESCURAS" justamente porque estou cansado de tanta frescura quando o tema é vinho. Pretendo abordar todos os assuntos relacionados a esta bebida tão natural da forma mas simples possível. Participe enviando noticias, comentários, críticas ou elogios sobre vinhos, espumantes nacionais ou estrangeiros e até, se quiser, sobre algúm de meus espumantes ou vinho que elaboro na pequena e simpática cidade de Garibaldi no interior de Rio Grande do Sul.
segunda-feira, 31 de dezembro de 2012
Uma pequena notável
A Vallontano é uma pequena vinícola familiar situada no Vale dos Vinhedos dirigida pelo enólogo Luis Henrique Zanini, que tive o prazer de conhecer melhor neste ano que está indo, por que estivemos envolvidos, junto com Eduardo Anghebem, outro guerreiro, nas discussões do estúpido selo fiscal e a fracassada tentativa de colocar em prática “salvaguardas” ao setor da uva e do vinho brasileiro.
Zanini é daquelas pessoas que não tem receio em expor suas ideias e defende-las com argumentos, firmemente. Este tipo de atitude corajosa gera reações daqueles que sem argumentação, apelam para o ataque pessoal, a ofensa, etc. Infelizmente o setor abriga alguns destes personagens. Por esta coragem é que admiro a postura de Zanini, a apoio e acompanho.
Fazendo a seleção de vinhos que comporão a Carta de Vinhos do Sushi by Cleber degustei o Merlot Vallontano 2007 e fiquei agradavelmente surpreso pelo equilíbrio, harmonia e amabilidade. Sem dúvida é um vinho “bem tratado” desde a origem, com justa participação de seus componentes, sem a madeira fácil, enjoativa, é o verdadeiro vinho com gosto de vinho.
Tem uma cor intensa que permite esconder sua evolução (ao final é 2007!!) com tímidos tons laranjas, aromas intensos que vão se apresentando com o tempo e demonstrando a demorada maturação e o posterior envelhecimento que outorga as notas de frutas secas, compotas, especiarias.
Os aromas deste vinho me transportaram rapidamente aos anos oitenta quando ainda a concorrência não era predatória ao ponto de obrigar alguns expertos a encurtar caminhos. O vinho se faz com a cumplicidade do tempo, sem ele não há qualidade superior.
Na boca o sabor é envolvente, intenso e principalmente longo e persistente. Se comprova o que os aromas antecipam. É um vinho excelente, marcante, limpo, honesto, convidativo.
Fiquei feliz ao comprovar que a sabedoria “dos velhos” que Zanini mostra em suas palavras e atitudes, a aplica no dia a dia da cantina.
Este Merlot é uma prova indiscutível que na Serra, apesar das dificuldades, é possível fazer vinhos tintos de verdade, sem mascaras, sem maquiagens.
Já está na Carta do Sushi. Vai enobrecê-la.
ResponderExcluirParabéns Adolfo,
muito ilustrativo teu comentário a respeito deste vinho q ainda não degustei, mas o que vc escreve eu concordo plenamente e se preciso fosse assinaría embaixo.
Basta lembrar nas décadas de 70 e começos dos 80 quando no Chateau Lacave produzíamos o Velho Museu, um corte de Cabernet Sauvignon e Merlot que fez história na Serra Gaúcha.
Grande abraço e vou procurar o Vallontano aquí no Río .
Ignacio Carrau
Caro Adolfo !
ResponderExcluirSeu blog é tão saboroso quanto uma boa taça de um bom vinho.
Este Vallontano -Merlot ,para mim, foi a maior surpresa que já de um Merlot brasileiro.Eu o considero incomparável!
Quando iniciei meu trabalho com vinhos a cerca de 10 anos atrás em pouco tempo já trabalhava com os vinhos da Vallontano. Foi uma satisfação, mas não me entenderam na época...
ResponderExcluir