Estou iniciando o blog "VINHO SEM FRESCURAS" justamente porque estou cansado de tanta frescura quando o tema é vinho. Pretendo abordar todos os assuntos relacionados a esta bebida tão natural da forma mas simples possível. Participe enviando noticias, comentários, críticas ou elogios sobre vinhos, espumantes nacionais ou estrangeiros e até, se quiser, sobre algúm de meus espumantes ou vinho que elaboro na pequena e simpática cidade de Garibaldi no interior de Rio Grande do Sul.
domingo, 27 de novembro de 2011
O melhoramento genético da videira
A videira, desde a à sua existência, sofreu melhoramentos naturais e provocados que resultaram em novas variedades, não todas melhores que as originais.
As necessidades geradas pela indústria vinícola estimularam o surgimento de diferentes métodos basicamente divididos em:
Melhoramentos por via vegetativa
Com este método se realizam seleções de plantas com característica específicas. Os melhoramentos mais importantes por esta via são:
1) Seleção massal, normalmente indicada para identificar e separar plantas com problemas sanitários como viroses.
Um exemplo bem sucedido foi o programa de seleção que fez a Alemanha para recuperar o Riesling Renano e o Sylvaner eliminando as plantas menos produtivas.
2) Seleção clonal, através da qual se separam as plantas com características positivas, produção, resistência, etc.
Um exemplo de seleção clonal é o Brunello que é um clone do Sangiovese.
Melhoramento por via sexual
É o método mais utilizado para obter novas variedades.
Permite a combinação de características dos progenitores. É a forma mais utilizada para obter novas variedades que combinam as características das variedades básicas utilizadas no cruzamento.
Existem 3 formas de melhoramento via sexual: autofecundação, pouco utilizada pelas conseqüências que provoca na planta, o cruzamento ou hibridação intra-específica e o cruzamento ou hibridação interespecífica.
Cruzamento ou hibridação intra-específica: é a união sexual entre duas variedades da mesma espécie (européia x européia ou americana x americana). Os cruzamentos são feitos com objetivos diversos: aumento de produção, constância, aumento de resistência a doenças, melhorar resultados em variedades para vinhos tintos, espumantes, etc.
Os exemplos mais notáveis deste método são:
Pinotage: cruzamento de Cinzaut com Pinot Noir (África do Sul)
Müleer-Thurgau: cruzamento de Riesling Renano com Sylvaner ( Alemanha)
Ruby-Cabernet: cruzamento de Carignane com Cabernet Sauvignon (USA)
Itália (uva de mesa): cruzamento de Bicane com Moscato D´Amburgo (Itália)
Cruzamento ou hibridação interespecífica: é a união sexual entre duas variedades de espécie diferente (européia x americana). Este método foi amplamente discutido e estudado quando aconteceu a invasão da filoxera na Europa, já que permitia, mantendo as características favoráveis da espécie européia para vinhos, acrescentar a resistência à doenças da espécie americana.
O primeiro resultado foi a obtenção de híbridos reprodutores diretos que posteriormente mostraram maus resultados ao serem vinificados: aroma e sabor de foxado, ricos em malvidina, baixa concentração de açúcares. Os exemplos mais notáveis, que se destacam muito em especial no Brasil são:
Isabel: vitis vinífera x vitis labrusca, muito utilizada para elaborar vinhos de mesa ou comuns com aroma e gosto bem característico (USA).
Seibel; vitis vinífera x vitis rupestris, utilizada para sucos e vinhos, com excelente cor (França)
Seyve-Villard, especial para vinhos brancos base vermouth (França).
Herbement, uva tinta de baixa cor, resulta em vinhos neutros especiais para base vermouth.
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