O setor vitivinícola brasileiro vem acumulando estoques muito altos de vinhos por conta do desequilíbrio que há entre a produção e a venda.
A solução adotada pelas cabeças pensantes do setor e o governo (não pensante) é fazer repetidos leilões de uva e de vinho que conseguem que estes mudem de mãos sem levar benefícios a ninguém e muito menos levam à solução do problema.
A minha pergunta, simples, direta, é:
Porque não se baixa uma portaria proibindo a chaptalização (uso de açúcar exógeno) que aumenta o volume da safra e beneficia usineiros que já ganham o suficiente e se estabelece a obrigação de utilizar álcool vínico resultante da destilação dos excedentes para corrigir?
Esta solução, a ser aplicada de modo emergencial quando houver estoques excedentes que aviltam preços e empobrecem o setor, trará também benefícios técnicos porque muito produtor vai perceber que adquirir uva madura será mais econômico que corrigir com álcool vínico.
Será um caminho para induzir a produção de uvas mais maduras com resultados magníficos para a qualidade dos vinhos resultantes.
Sempre afirmei que o danoso da chaptalização não é permitir agregar ao mosto até 50 gr/l de açúcar refinado que nenhum efeito tem sobre as características do vinho.
O danoso é que se esta permitindo o uso de uvas verdes, desequilibradas fora do ponto para elaborar vinhos tintos e brancos tranquilos.
O caso dos espumantes é aparte porque nestes não será necessário corrigir.
Abolir a chaptalização poderá ser seguida da total e absoluta proibição da presença de açúcar de cana nas cantinas, salvo nas que fazem licorosos ou espumantes em regime especial. Finalmente o Brasil se verá livre desta praga que é o saco de açúcar de cana circulando livremente pelas cantinas. Seremos um país produtor NORMAL.
Será que tudo isto é tão difícil ou é melhor tapar o sol com a peneira e continuar se queixando?
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