quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

É muito volume!!!


No quadro acima coloco alguns números para provocar a reflexão dos dirigentes do setor.

São números relativos porque desconheço qual o volume em quilos da produção de uvas, da porcentagem que é destinada a suco de uva e por isso não é corrigida, estipulei rendimentos modestos em termos de uva x vinho (somente 70%), considerei uma média de correção de 25 gramas por litro quando a legislação permite quase o dobro e calculei exatamente o volume que o açúcar ocupa. Tudo moderadamente para não resultar em exageros.

Caso se elimine a chaptalização o volume mínimo de "vinho artificial" que será gerado estará situado entre 3 e 4,4 milhões de litros. Isto provavelmente é de 5 a 10% dos excedentes.

Fica registrada a tabela para que os que entendem do assunto e possuem os números reais possam fazer seus cálculos.

Para mim é muito vinho artificial...

Será que tão difícil?

O setor vitivinícola brasileiro vem acumulando estoques muito altos de vinhos por conta do desequilíbrio que há entre a produção e a venda.

A solução adotada pelas cabeças pensantes do setor e o governo (não pensante) é fazer repetidos leilões de uva e de vinho que conseguem que estes mudem de mãos sem levar benefícios a ninguém e muito menos levam à solução do problema.

A minha pergunta, simples, direta, é:

Porque não se baixa uma portaria proibindo a chaptalização (uso de açúcar exógeno) que aumenta o volume da safra e beneficia usineiros que já ganham o suficiente e se estabelece a obrigação de utilizar álcool vínico resultante da destilação dos excedentes para corrigir?

Esta solução, a ser aplicada de modo emergencial quando houver estoques excedentes que aviltam preços e empobrecem o setor, trará também benefícios técnicos porque muito produtor vai perceber que adquirir uva madura será mais econômico que corrigir com álcool vínico.

Será um caminho para induzir a produção de uvas mais maduras com resultados magníficos para a qualidade dos vinhos resultantes.

Sempre afirmei que o danoso da chaptalização não é permitir agregar ao mosto até 50 gr/l de açúcar refinado que nenhum efeito tem sobre as características do vinho.
O danoso é que se esta permitindo o uso de uvas verdes, desequilibradas fora do ponto para elaborar vinhos tintos e brancos tranquilos.
O caso dos espumantes é aparte porque nestes não será necessário corrigir.

Abolir a chaptalização poderá ser seguida da total e absoluta proibição da presença de açúcar de cana nas cantinas, salvo nas que fazem licorosos ou espumantes em regime especial. Finalmente o Brasil se verá livre desta praga que é o saco de açúcar de cana circulando livremente pelas cantinas. Seremos um país produtor NORMAL.

Será que tudo isto é tão difícil ou é melhor tapar o sol com a peneira e continuar se queixando?