terça-feira, 20 de agosto de 2013

Modificando o gosto com mau gosto


O sempre bem antenado Luiz Cola do blog “Vinhos e mais vinhos” anuncia uma novidade originária dos Estados Unidos pra lá de criativa:

“Testes bem sucedidos com um novo gadget desenvolvido nos Estados Unidos sugerem que ele é capaz de deixar qualquer vinho "amaciado" em poucos minutos, melhorando seu sabor e tornando-o mais suave. Este novo acessório utiliza ondas eletromagnéticas e acústicas para aumentar o pH do vinho, reduzindo seus níveis de acidez e de sulfito durante o processo, que dura de 15 a 60 minutos, dependendo do grau desejado de "maturação" do vinho (leve, médio ou máximo). O "Wine Wizard" passou por mais de 150 testes cegos, onde mais de 97% dos bebedores de vinho amadores disseram que o dispositivo melhorou o sabor do vinho tinto, e 90% deles concordou que houve melhoras nos aromas. Já para os vinhos brancos, o índice de melhora nos vinhos foi de 85%. Cabe ressaltar que a grande maioria das amostras utilizadas foi de vinhos com preço no varejo americano entre US$ 6 e US$ 12 (equivalentes a R$ 40 e R$ 80 no Brasil). A previsão é que o produto chegue ao mercado americano até o final deste ano. É "beber" para crer!”

Como sempre afirmei o generoso mundo do vinho aceita tudo, até sofisticado equipamento para “amaciar” vinhos.

Nessa onda de criatividade quero aproveitar e dar algumas sugestões para aqueles que desejam alterar o gosto de alguns vinhos e espumantes:

- Vinho muito encorpado, trava: misture num copo metade desse vinho e metade de água mineral sem gás. É tiro e queda...

- Vinho muito seco ou ácido: misture num copo dois terços de vinho e um terço de coca-cola ou outro refrigerante. Fica maravilhoso...

- O espumante tem muito gás e incomoda: jogue nele uma pitada de açúcar granulado. Depois de alguns segundos fica excelente, choco...choco...

Apesar de todas as iniciativas em desfigurar o vinho é importante lembrar que por trás de cada copo há um pé de videira plantado com cuidado, aguardado com paciência, adaptado lentamente à terra e clima que o recebeu, transformado em vinho através de mãos expertas, conservado por um bom tempo e colocado no mercado com muita expectativa.

É importante aceita-lo como ele é. Podemos não gostar de um ou outro tipo de vinho, mas deixemo-lo em paz.

Que os americanos gastem seu tempo inventando coisas mais úteis e deixem as brincadeiras para as crianças...

4 comentários:

  1. Pois é, caro Adolfo. É aquela velha história, de que os fins justificam os meios. Que o importante é o resultado final. Que tristeza! Bem, para mim, nunca venderão uma engenhoca dessas...
    Abraços,
    Flavio

    Ps. E provavelmente, a engenhoca já vem com o aplicativo Vivino acoplado, para os usuários darem estrelinhas aos vinhos e dividirem com as redes sociais os resultados de suas "maturações"...rs.

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  2. Eu fiquei imaginando os 'testes cegos' realizados pelos garotos propaganda da empresa:
    - 'Prova a primeira taça. Agora a segunda. A segunda não está melhor? Você não percebe melhor os aromas da segunda taça?'
    E o bebedor 'amador' (eu também sou um bebedor amador) concorda com tudo, seja por ter sido induzido, ou por vergonha de contradizer o marqueteiro.

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  3. Caro Lona,
    No "cumprimento do dever" de informar os enófilos, eu tenho de divulgar essas novas "engenhocas" que são criadas por aí, mas na MINHA taça? Jamais!
    Abs,
    Luiz Cola

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  4. Meus caros Flavio e Rodrigo: Esta engenhoca pode ser interessante para o consumidor americano mas duvido que no Brasil tenha gente que use isto.
    Meu caro Luiz: Sua postagem foi pertinente como sempre porque precisamos informar os consumidores de vinhos. A decisão sempre será deles mas como disse acima duvido que pessoas que gostam de apreciar o vinho como ele é o adquiram. Abraço a todos e obrigado pelas mensagens.

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