Estou iniciando o blog "VINHO SEM FRESCURAS" justamente porque estou cansado de tanta frescura quando o tema é vinho. Pretendo abordar todos os assuntos relacionados a esta bebida tão natural da forma mas simples possível. Participe enviando noticias, comentários, críticas ou elogios sobre vinhos, espumantes nacionais ou estrangeiros e até, se quiser, sobre algúm de meus espumantes ou vinho que elaboro na pequena e simpática cidade de Garibaldi no interior de Rio Grande do Sul.
terça-feira, 30 de julho de 2013
Estão fechando
A fascinante diversidade que somente o mundo do vinho proporciona e que tanto enriquece o mercado e deleita o apreciador, perece ter os dias contados no Brasil. Centenas de pequenas cantinas fecharam e algumas fecharão em breve.
Apesar de que o Brasil não é um país vitivinícola, o fenômeno da substituição das grandes vinícolas multinacionais que predominavam nos anos oitenta pelas pequenas cantinas familiares, parecia mostrar um futuro brilhante para a região da Serra Gaúcha, pelo efeito consolidador desta cultura milenar.
Um número expressivo de famílias produzindo seus vinhos nas diferentes comunidades faria surgir a regionalidade, a tipicidade, os produtos originais e únicos e com certeza teria uma influencia fantástica no futuro do vinho na Brasil.
Estas vinícolas são as que agregam valor ao vinho.
Valor financeiro e principalmente valor cultural.
É verdade que as grandes vinícolas podem oferecer produtos mais baratos, mais acessíveis, mais padronizados, podem escoar maiores volumes em menor tempo, mas também é verdade que isso leva ao caminho da concorrência predatória, da luta pela preferência do consumidor a qualquer custo, do surgimento dos vinhos “sem pai e sem mãe”, sem identidade.
E o mundo do vinho fica sem graça, sem alma.
Para que a vitivinicultura nacional sobreviva é necessária a presença das vinícolas grandes e a presença das vinícolas pequenas, familiares.
Desconhecer isto é condenar o setor a continuar enfrentando, em clara situação de desigualdade, a força dos produtos importados que não são melhores nem mais baratos, mas agregam uma variável que ainda os apreciadores valorizam mais : são importados.
Burocracia, selo fiscal, carga tributária, difícil acesso ao crédito de custos “honestos”, impossibilidade de enquadramento no SIMPLES, falta de apoio institucional e total indiferença dos governos municipais, estaduais e federal, são algumas das pedras no caminho de quem é pequeno, de quem não faz lobby, de quem usa as próprias mãos como única ferramenta de trabalho.
Torço para que algumas medidas eficazes sejam tomadas com urgência por aqueles que algo podem fazer.
Torço para que após o choro da videira venha o broto prometedor para todos.
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