terça-feira, 1 de maio de 2012

Melhor vinho é balela



A melhor forma de guardar um vinho é na memória.

O melhor vinho é aquele que lhe dá prazer.

Nada mais verdadeiro.

Essa história de dizer qual é o melhor vinho com descrições psicodélicas, notas, palavras difíceis, é balela.

Algumas pessoas teimam em apreciar um cálice de vinho ou uma taça de espumante com postura de juiz, necessitando expressar sua opinião fria, “a luz da lei”. Esta postura se justifica em concursos e avaliações, mas no dia a dia é uma postura estressante para quem a pratica e chata para quem assiste.
O vinho é momento, entorno, subjetividade, é sentimento. Um vinho cinco estrelas degustado numa reunião formal vai para a gaveta das experiências, um vinho simples bebido num momento especial, vai para a das lembranças.

Já bebi alguns vinhos e espumantes na minha vida e posso assegurar que muitos deles não deixaram marcas. Outros ficaram gravados porque estão associados a momentos especiais.

Nas frequentes viagens a Mendoza a visitar familiares sempre incluía uma irmã casada com um sujeito com o qual, nas longas conversas acompanhadas por um garrafão de vinho tinto adquirido no boteco da quadra e servido em copos de geleia, falávamos de futebol, economia, políticos e de todos os temas que o malbec simples nos colocava na mesa. Posso imaginar que esse vinho não seria nenhuma “brastemp” mas era delicioso nesse momento, nesse entorno. Jamais os esquecerei.

Assim como não esquecerei o Nebbiolo ainda jovem, duro, tânico bebido na cantina simples de Oscar Guglielmone em Viamão, em sua companhia, lá pelos anos setenta. O cheiro da cantina, as palavras sábias de Oscar e o Nebbiolo fazem parte de meu arquivo sensitivo que jamais será apagado.

Também jamais esquecerei uma taça de champagne Krug servida pelas mãos da uma simpática senhora integrante da família, após uma explanação da história da centenária vinícola. Foi o champagne, o ambiente, a historia contada por ela que transformaram o momento em inesquecível.



Gosto de beber bons vinhos e espumantes? Sim, em especial na boa companhia de pessoas, locais, música, por do sol, família, amigos, esposa/o, noiva/o, filhos, penumbra, solidão, etc, etc, etc.....

Um comentário:

  1. Parabéns pelas palavras, beber vinho deveria ser apenas um prazer, um momento, não somos obrigados a ser profundos conhecedores, estudiosos, ou pesquisadores, podemos apenas apreciar e compartilhar boas lembranças em companhia do nosso vinho preferido,
    Marcus - Vitória ES

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