Em recente visita á região produtora de espumantes no Rio Grande do Sul, dois jornalistas ingleses declararam que o Brasil precisa achar um nome específico para este produto porque a qualidade obtida permitira ganhar mercados externos com rapidez. Um deles propus “brut do Brasil” o que parece pouco apropriado porque além de ser uma classificação de espumantes em relação aos teores de açúcares, poderia resultar em cenas pitorescas como a de um cliente pedindo ao garçom desprevenido: quero um Demi-sec brut do Brasil.
Pessoalmente acho que demos um grande passo ao erradicar de nosso vocabulário comercial a expressão “champanha e champanhe”, assumindo o nome espumante, antes temido pela associação que tinha com as sidras e filtrados nos quais a uva era a principal ausente. Este nome é simples, bem lembrado e fácil de pronunciar. Além disto, tem uma vantagem: foi assumido pelo mercado consumidor que o associa às melhores marcas.
Infelizmente ainda tem empresas que usam a palavra champagne (sim, na caligrafia francesa!) sob o argumento que a utilizavam antes de 1927, ano da criação da denominação de origem “champagne”.
Também acho que antes de pensar num nome fantasia deveríamos pensar em disciplinar o setor, dando o nome aos bois, fixando normas mais rigorosas de elaboração. Pela legislação atual é possível produzir um espumante pelo método tradicional sem cumprir nenhuma exigência de tempos de maturação e envelhecimento.
Nesse caminho alguns produtores de espumantes de Garibaldi, associados ao Consórcio de Produtores de Espumantes estão dando um exemplo que deveria ser seguido por outras regiões. Foi criada uma marca coletiva que permite ser utilizada pelos sócios desde que cumpram os requisitos de seu regulamento e este determina, por exemplo, que nenhum espumante tradicional pode ter um ciclo de produção inferior a doze meses. Quer maios detalhes, entre no site WWW.cpeggaribaldi.com.br
Como algumas organizações vinculadas ao mundo da uva e do vinho no Brasil estão mais preocupadas no marketing que no ordenamento, é provável que seguindo a recomendação dos visitantes ingleses, seja aberta uma discussão sobre o nome genérico de nossos espumantes. Como há dinheiro sobrando é provável que seja contratada uma grande agencia de criação que proporá algo digno do “premio Nobel” da enologia mundial.
Olá caro Adolfo, vi o site do CPEG. ÓTima iniciativa, acho tb que o caminho é esse: criar regras para garantir a qualidade do espumante brasileiro.
ResponderExcluirConcordo, prezado Adolfo Lona.
ResponderExcluirNosso menor problema é o nome do espumante. A não ser que surja uma super novidade, o que até agora não vi... Abraços, Orestes de Andrade Jr.