Estou iniciando o blog "VINHO SEM FRESCURAS" justamente porque estou cansado de tanta frescura quando o tema é vinho. Pretendo abordar todos os assuntos relacionados a esta bebida tão natural da forma mas simples possível. Participe enviando noticias, comentários, críticas ou elogios sobre vinhos, espumantes nacionais ou estrangeiros e até, se quiser, sobre algúm de meus espumantes ou vinho que elaboro na pequena e simpática cidade de Garibaldi no interior de Rio Grande do Sul.
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
O ciclo anual da videira - Parte 3
Com o aumento lento e gradual das temperaturas, o ciclo vegetativo avança com a evolução do crescimento dos brotos que se desenvolvem e geram os pequenos frutos como se observa na ilustração acima.
Floração e fecundação: Quando os cachos estão formados acontece a floração durante a qual o clima é um importante fator de quantidade e qualidade já que ventos fortes e chuvas podem prejudicar a formação do fruto. Com a fecundação das flores se inicia a formação do grão que inicialmente se assemelha a uma pequena ervilha. Neste momento o crescimento é por multiplicação celular que proporciona aumento do tamanho e o clima influencia menos.
Durante esta fase o grão cresce lentamente e permanece verde e compacto até atingir seu tamanho definitivo quando finaliza o crescimento por multiplicação celular.
Envero ou mudança de cor: Nesta fase, quando o grão não cresce mais, a pele fica translúcida (transparente)e começa a mudar de cor: amarela para as uvas brancas e vermelha para as tintas. Começa assim a fase final de maturação quando o grão completa a formação de seus componentes de cor e açúcares e quando o clima é fundamental para definir a real composição do mesmo.
Maturação: Nesta fase final o clima também desempenha papel fundamental já que a eventual água de irrigação ou chuva se dirige directamente ao grão.
Quando há clima seco, com moderadas chuvas, o grão, por efeito do sol e luminosidade, fica compacto e concentra seus componentes, transformando-se numa fruta ideal para elaboração de vinhos encorpados e potentes. Quando, ao contrário, há excessos de chuva, a grão sofre, além dos efeitos dos ataques do mofo que se formam no ambiente, diluição dos componentes e por tal razão deficientes desde o ponto de vista de carga de componentes. Nestes casos, as uvas resultam em vinhos tintos mais ligeiros.
Tudo isto explica porque no Brasil, nos anos que há excesso de chuvas, os vinhos tintos oferecem um desafio especial aos enólogos que tem de aplicar técnicas específicas para obter o melhor resultado.
Para as uvas destinadas a espumantes, as chuvas prejudicam o estado sanitário que deve ser controlado rigorosamente, mas não tão intensamente no aspecto de componentes já que os vinhos com este destino, podem ser menos alcoólicos e ligeiros.
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